sexta-feira, 13 de junho de 2014

Gastos da copa e a defesa da saúde pública


   


        "Não se faz Hospital com Copa do Mundo, mas se faz Copa do Mundo com dinheiro de Hospital" Gari no RJ.

“ Se não houver direitos não vai ter copa” é o grito que ecoa em várias partes do país. Ter direito a saúde foi uma das pautas importantes nas manifestações de junho de 2013 e hoje, em ocasião da copa do mundo, ela é uma das reivindicações principais da população brasileira.

O Fórum em defesa do SUS - contra a privatização da saúde pública de MG, nasceu em 2011, em um período de lutas na cidade. Teve como objetivo a articulação de esforços para o enfrentamento do processo de privatização da saúde em B.H, Parcerias públicas privadas, durante a conferência Municipal de saúde. O Fórum orienta-se pelos princípios desenvolvidos, nos anos 80, pela Reforma Sanitária. O movimento reitera a completa impossibilidade de tratar a saúde como mercadoria e denuncia que o processo de inovação no modelo de gestão da saúde no Brasil promove uma realidade, a cada dia, mais distante da proposta Constitucional, uma vez que não contribue para a construção de um Sistema Único de Saúde essencialmente público e de acesso universal.

É certo que consolidar um Sistema de saúde com tais características (essencialmente público e com a garantia acesso universal) não é tarefa fácil e exige compromissos fundamentais. Esses vão desde a construção de uma estrutura de financiamento coerente, que não garanta privilégios ao setor privado por meio isenções fiscais, passando pela reorientação do modelo de atenção à saúde, sem deixar de lado o oferecimento de condições adequadas de trabalho e sem descuidar de consolidar uma regulação capaz de garantir que setor privado esteja voltado ao atendimento das necessidades em saúde da população.

O fato, no entanto, é que esses compromissos nunca foram assumidos de forma plena, sobretudo, porque não houve disposição para estruturar políticas com a capacidade de romper com a histórica dependência do setor privado na área da saúde. Ao contrário, percebe-se que diversos mecanismos acabam por manter a mesma linha de tendência.

Nos últimos tempos, com os preparativos para a Copa de 2014, essa recorrente opção por atender aos interesses do setor privado em detrimento dos interesses sociais mais básicos têm alcançado níveis mais preocupantes e ganhado mais evidência em razão das manifestações.   

            Enquanto a perspectiva de rendimentos da FIFA é o maior da história. Entrarão US$ 5 bilhões nos cofres da entidade (cerca de R$ 10 bilhões). O valor é 36% superior em comparação ao montante obtido com o Mundial da África do Sul (US$ 3.655 bilhões), em 2010, e 110% maior do que o arrecadado na Copa de 2006, na Alemanha, que rendeu US$ 2.345 bilhões, o saldo para a sociedade não é animador: já são oito trabalhadores mortos nas obras (José Afonso de Oliveira Rodrigues, Raimundo Nonato Lima Costa, Fábio Luiz Pereira, Ronaldo Oliveira dos Santos, Marcleudo de Melo Ferreira, José Antônio do Nascimento Antônio José Pitta Martins e Fabio Hamilton da Cruz), 170 mil famílias removidas e um gasto público relevante que certamente não contribuiu para atender o interesses coletividade.


Em Minas Gerais, segundo a notícia do jornal O tempo, os 44 milhões repassado pelo governo do Estado à Minas Arena, empresa que gerencia o Mineirão, daria para custear a saúde pública de um município do tamanho de Itabira. Na saúde dos turistas na copa o governo envolveu um investimento de R$ 39 milhões em compra de equipamentos e treinamentos diversos. Os trabalhadores da saúde de Belo Horizonte e da rede estadual estão em greve na luta por salário digno e melhores condições de trabalho. 

O que mais impressiona é a disposição para atender os interesses da entidade que organiza o evento. Foram diversas exigências atendidas prontamente, mesmo quando em evidente confronto com a legislação nacional, demonstrando, muitas vezes, a disposição para abrir mão, inclusive, da soberania nacional. Enquanto isso demandas históricas da saúde continuam sendo tratadas com completo desprezo, mesmo diante de relevante apelo popular: é o caso do projeto de lei de iniciativa popular que, colheu mais de 2 milhões de assinaturas e pretende ampliar o gasto público em saúde no Brasil.
Diante desse contexto é que o Fórum em defesa do SUS de MG pretende articular esforços e deixar claro que a Copa do Mundo não é para a povo brasileiro. Queremos uma saúde totalmente pública, gratuita e de qualidade.
Fórum em defesa do sus e contra a privatização da saúde MG 
Junho de 2014


Um comentário:

  1. Tenho Um Canal No Youtube De Vlog , e Um Video Que Trata Desse Assunto , Quem Tiver Interesse Vizita Por Favor Não Vão Ce Arrepender
    O Link : https://www.youtube.com/watch?v=AVZEYAz3xDk

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